sábado, 22 de setembro de 2012

A Morte.


Quem nunca escutou que a única certeza da vida é a morte que atire a primeira pedra. Não importa por qual caminho você siga na vida, no final o último passeio será sempre um de barco, conduzido por Caronte, e pago com uma moeda qualquer.

Se a certeza da morte é assim tão inquestionável, por qual motivo a chegada dela ainda nos choca tanto? Seria o medo que causa a falta de conhecimento sobre o que há do outro lado do rio? Seria o ato supremo do egoísmo humano, e do sentimento de posse, que não consegue simplesmente aceitar que alguém que você quer se vá? Não é uma chegada não esperada, não é uma forma indesejada, a morte surpreende e revolta em qualquer forma que resolva nos visitar.

Apesar de ser o destino natural de tudo que ganha vida, não há nada de natural na morte que não seja restrito à assuntos biológicos. Um dia a pessoa está com você, rindo, chorando, fazendo parte e marcando momentos de sua vida. No outro dia não está mais, e nunca mais estará. E essa certeza do nunca mais fere, e sempre que pode retorce a ferida. A cicatriz que nasce do corte pode não doer, mas vai sempre te lembrar da dor causada.

E há sentido na morte? Nenhum. Tudo que nasce, mais cedo ou mais tarde, morre. Esse é o único sentido. E se a morte não tem sentido, se ela não faz parte de um plano de intenção maior em que cada evento é uma peça que se encaixa em uma próxima em um quebra-cabeça que não enxergamos, ela serve apenas para nos machucar? Pode ser que sim, mas pode ser que não, tudo é diferente dependendo do ângulo e de quem o enxerga. 

Que não se gaste mais do que o tempo de luto com a morte, e que confrontado com ela, valorize ainda mais  vida que você ainda segura nas mãos, porque ela não para e nem espera o choro. A terra vai continuar girando em volta do sol e dela mesma, não importa a quantidade de lágrimas que a molhe. 

E não caia na tentação de querer também atribuir sentido à vida. Ela não tem sentido algum. E não a veja com um substantivo. Nem como uma entidade que tem vontade própria. A vida resulta de um verbo. Ela nada mais é do que a forma como você conjuga o verbo viver. Conjugue com gosto no presente, porque você jamais sabe até quando vai poder conjugá-lo no futuro.

E chega de pieguices. Este pequeno amontoado de palavras  é mais para celebrar a vida do que para surrar a morte, até porque vai que ela revida? Portanto, desligue o computador e vá abraçar quem você gosta e que ainda está ao seu lado. Aproveitem a vida, sacripantas! 






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